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Fasciolose

  • Escrito por Aline de Jesus
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Fascíola hepática

              O trematódeo Fasciola hepatica apresenta o corpo achatado semelhante a uma folha, coloração cinza-amarronzada e pode atingir até 3,5 cm de comprimento por 1cm de largura na fase adulta. Este parasito possui duas ventosas musculares especializadas, utilizadas para sua fixação. A primeira é a ventosa oral, na extremidade anterior que circunda a boca, e a segunda é a ventosa ventral (acetábulo). A superfície corporal do verme é recoberta por um tegumento com capacidade de absorção, provido de espinhos.

FASCIOLA

                  Figura 1. Parasito adulto de F. hepatica com aspecto foliáceo,de coloração marrom acinzentada, com duas ventosas,sendo uma oral e uma acetabular ou ventral.

                    Fonte: GUEDES, 2017

             Características

             F. hepatica é uma espécie de trematódeo de ampla distribuição geográfica, conhecida popularmente como baratinha do fígado. Estes vermes são encontrados parasitando o fígado e canais biliares. Os ruminantes são considerados hospedeiros definitivos de F. hepatica, mas o parasitismo já foi descrito em coelhos, equinos e humanos. O ciclo deste parasito é dependente da água para se completar, pois os hospedeiros invertebrados são planorbídeos aquáticos do gênero Lymnaea.

Ciclo biológico

ciclo ok

Figura 2. Ciclo F. hépatica

Fonte: TESSELE, 2013

          Os ovos são eliminados com a bile, subsequentemente nas fezes e eclodem produzindo um miracídio que sobrevive apenas em ambientes úmidos. O miracídio penetra ativamente no hospedeiro intermediário (caramujo do gênero Lymnaea). Dentro do caramujo cada miracídio se desenvolve em um esporocisto. Cada esporocisto dá origem a 5-8 rédias que, por sua vez, dão origem a rédias filhas e cercárias. Cercárias abandonam o caramujo e se encistam nas lâminas de vegetais, logo abaixo do nível da água, tornando-se metacercárias. O hospedeiro final (ruminante) ingere as metacercárias junto com as plantas. Pessoas e outros mamíferos domésticos e silvestres podem também se infectar. As metacercárias ingeridas desfazem o cisto no duodeno do hospedeiro definitivo e penetram na parede intestinal migram através do celoma e penetram na cápsula do fígado e migram pelo parênquima hepático até atingir os ductos hepáticos.

 

Importância na Medicina Veterinária

              A fasciolose é uma enfermidade de grande importância veterinária devido à grande perda econômica que o parasitismo acarreta. É relevante também na saúde pública por ser uma zoonose, onde o homem é o hospedeiro acidental do parasita.

               As perdas econômicas em todo o mundo, devido a fasciolose foram estimadas em aproximadamente U$ 3,2 bilhões por ano, em decorrência aos fatores como a diminuição da produção e qualidade do leite, perda de peso, a mortalidade dos animais e condenação de fígados e carcaças nos matadouros.

Sinais Clínicos

              Na fase aguda da fasciolose pode ser observada formação de edema submandibular que em casos graves culmina com a morte do animal, em decorrência das severas lesões no fígado causada durante migração de formas imaturas do parasita.

              Na fase crônica da fasciolose os animais podem apresentar palidez nas mucosas, retardo no desenvolvimento, redução no ganho de peso, na produção de leite, problemas de reprodução, abdome dilatado, respiração acelerada, diarreia e morte.

edemaFigura 3. Bovino com edema submandibular

  Fonte: TAYLOR, 2017

LESÕES FIGADO

Figura 4. Fasciolose hepática em bovino.

                (A) Um parasita adulto projeta-se do interior de um ducto espessado por tecido fibroso e infiltradoinflamatório.

(B) Exemplares de Fasciola hepatica podem ser observados em meio ao exsudato na luz dos ductos.

Fonte: TESSELE, 2013                                     

Medidas de controles

  • Evitar a coincidência hospedeiro-parasito através de práticas de manejo adequadas.
  • Emprego de anti-helmíntico de maneira estratégica, consultando um médico veterinário.

 

 

Referências Bibliográficas

FORTES, E. Parasitologia Veterinária. 4ª. Edição revisada e ampliada. São Paulo/SP: Ícone, 2004.

GUEDES, R. A.; Composição química de extratos vegetais e sua eficácia no controle in vitro de parasitos adultos de Fasciola hepática. Dissertação Pós Graduação, Universidade Federal Do Espírito Santo, 2017.

TAYLOR, M. A. Parasitologia veterinária/M. A. Taylor, R. L. Coop, R. L. Wall; tradução José Jurandir Fagliari, Thaís Gomes Rocha. – 4. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.

TESSELE, Bianca; BRUM, Juliana S.; BARROS, Claudio S. L.; Lesões parasitárias encontradas em bovinos abatidos para consumo humano. Pesq. Vet. Bras.,  Rio de Janeiro ,  v. 33, n. 7, p. 873-889,  Jul 2013.

YOKANANTH, S.; GHOSH, S.; GUPTA, S. C.; SURESH, M. G.; SARAVANAN, D. Characterization of specific and cross-reacting antigens of Fasciola gigantica by immunoblotting. Parasitology Research. 1 February 2005.

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